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Qualidade do Ar em Salas de Aula Pode Afetar Desempenho dos Alunos, Revela Pesquisa da FGV

Qualidade do Ar em Salas de Aula Pode Afetar Desempenho dos Alunos, Revela Pesquisa da FGV

22/11/23 21:00

Estudo da FGV revela que a poluição do ar em salas de aula pode afetar o desempenho dos alunos, resultando em queda de até 76 pontos no ENEM. A pesquisa destaca a necessidade de políticas públicas para melhorar a qualidade do ar em ambientes escolares, visando proteger a saúde e o aprendizado dos estudantes.

Uma pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) em Brasília revelou um dado preocupante: o ar dentro das salas de aula no Brasil pode estar comprometendo o desempenho dos alunos. De acordo com o estudo, a baixa qualidade do ar em ambientes escolares pode ter resultado em uma queda de até 76 pontos nas notas do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM).

O estudo, liderado pelo professor Weeberb Réquia, da FGV Brasília, mostrou que a concentração de material particulado no ar ao redor das escolas analisadas atingiu uma média de 9,5 microgramas por metro cúbico (g/m³). Esse valor é quase o dobro do limite recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que é de 5g/m³. Grande parte dessa poluição acaba infiltrando-se nas salas de aula, impactando negativamente a saúde e o desempenho cognitivo dos estudantes.

Efeitos da Poluição no Sistema Nervoso
Os poluentes presentes no ar escolar podem atingir o sistema nervoso, causando estresse oxidativo e neuroinflamação, o que prejudica as capacidades cognitivas dos alunos. "Nosso objetivo é apoiar a criação de políticas eficazes para melhorar a saúde e o desempenho dos estudantes. Em um país onde o ingresso nas universidades é tão competitivo, pequenas variações nas pontuações dos exames podem ser determinantes", destacou o professor Réquia.

Impactos e Medidas Necessárias
A pesquisa abrangeu 25.390 escolas de todo o país, entre os anos de 2000 e 2020, utilizando dados de satélite para calcular as taxas de poluição. A importância de políticas públicas eficazes para a melhoria da qualidade do ar em ambientes internos foi reforçada por especialistas, como Henrique Cury, membro do Qualindoor da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar-Condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava).

Cury destacou que, segundo a Agência de Proteção Ambiental Americana (EPA), a qualidade do ar interno pode ser de duas a cinco vezes pior que a do ar externo. "Inadequações na qualidade do ar em ambientes internos são fatores de risco reconhecidos para a saúde humana, impactando produtividade, causando absenteísmo e até mortes", afirmou.

A Caminho de Novas Políticas
Com o objetivo de garantir uma melhor qualidade do ar em ambientes fechados, tramita no Senado o Projeto de Emenda à Constituição (PEC) 007/2021, de autoria da senadora Mara Gabrilli. A PEC, que atualmente está na Comissão de Constituição e Justiça, visa incluir o direito à qualidade do ar entre os direitos e garantias fundamentais no Brasil.

Leonardo Cozac, presidente da Sociedade Brasileira de Meio Ambiente e Controle de Qualidade do Ar de Interiores (Brasindoor), ressalta a necessidade urgente de monitorar a qualidade do ar de maneira contínua. "Precisamos encarar a qualidade do ar interno com a mesma seriedade que tratamos a qualidade da água que bebemos", afirmou.

Para ler a matéria completa e obter mais detalhes sobre a pesquisa da FGV e as implicações dessas descobertas, clique aqui.

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